2 de dezembro de 2010
SOBRE ROBALOS E TAINHAS
Fuçando o Blog do Guto, achei essa pérola que ficou marcada pra sempre!!! Originalmente, foi publicado como comentário, mas aqui vai como post.
Uma homenagem a esse amigo, que hoje está lançando seu livro. A distância me impede de estar presente fisicamente, mas fica aquele abraço e parabéns pelo trabalho!!!
Acho que nesse discussão de filósofos gostaria de citar o maior de todos. Seu nome é Elias, mas também conhecido como Cheraí. Pequeno no tamanho, grande no conhecimento das coisas do mar. Trabalha com porteiro do meu prédio a noite. De dia lança-se ao mar em busca dos grandes peixes que lhe garantem a sua renda extra. Filósofo do povo, sem nunca ter lido Adam Smith, Marx, Voltaire, etc
Sempre conversamos muito, e ontem ele veio com essa pérola.
Para meu amigo, o mundo está divido em duas sociedades: Os Tainhas e os Robalos.
A Tainha é um dos peixes mais apreciados e utilizados na culinária catarinense.
A tainha vive como se fosse uma sociedade comunista, organizada como nem Marx imaginava, palavras de Cheraí. Todas são iguais, não existindo um sistema de dominância do "peixe pelo peixe". O movimento dos cardumes é fortemente influenciado pela maré, se ela pende pra esquerda, o cardume vai pra lá, se ela for pra direita estão todas lá também, em um movimento sincronizado, como operários robôs, pra inveja de qualquer capitalista.
Os grandes cardumes chegam nessa época na costa do litoral em busca da farta disponibilidade de algas (opa, elas são vegetarianas, lembra alguma coisa?). Como uma típica sociedade comunista, a distribuição do alimento é feita de forma igualitária.
Outra espécie muita admirada por pescadores é o Robalo. Peixe manhoso, vive em pequenos cardumes, em uma típica sociedade capitalista. Amigos da Turma de Washington. Pro robalo é cada um por si. São predadores extremos, alimentam-se de camarões, peixes e vejam bem, de outros robalos. Na sociedade de robalos o que manda é meritrocracia. São os Pit bulls do litoral.
Essas duas espécies são muito admiradas pelo maior predador dos mares, o tubarão
Mas o que tem haver essa conversa toda? Palavras de Cheraí: O que adianta discutirmos se essa ou aquela sociedade é a ideal, se no final sempre tem um tubarão pra comer todo mundo.
E olha que ele tem só 55 anos.
Palavras de Cheraí.
11 de setembro de 2010
26 de maio de 2010
Ufa!!! Imagina se falta cerveja em plena Copa??? Nunca na história desse país.......
Por demanda da Copa, Camex baixa imposto de lata de cerveja
O risco de desabastecimento de latinhas e rótulos de cerveja para a Copa do Mundo de Futebol levou a Câmara de Comércio Exterior (Camex) a baixar as tarifas de importação desses dois itens. De acordo com a secretária-executiva da Camex, Lytha Spíndola, a redução de alíquota dos rótulos de cerveja, de 14% para 2%, e das latas de alumínio, de 16% para 2%, terá validade de seis meses.
"É sazonal, temporário, até entrar em plena produção a ampliação da capacidade", explicou Lytha. De acordo com o órgão, não há fabricação do papel específico para os rótulos da bebida e a indústria nacional de latas de alumínio já opera com a "máxima utilização de sua capacidade instalada".
"A própria produtora nacional, em carta enviada a essa Camex, declarou que não teria condições de atender a esse aumento de demanda", complementou a assessora especial da câmara, Anamélia Soccal Seyffarth.
Anamélia ressaltou que a previsão para o aumento da demanda de latinhas para o primeiro semestre deste ano é de cerca de 15%.
A Camex decidiu também, em reunião nesta quarta-feira, reduzir temporariamente o imposto de importação de bens de capital, contidos numa lista de 92 itens, e de três produtos considerados bens de informática e telecomunicação.
Fonte: Terra
7 de maio de 2010
Enfim uma discussão séria e muito importante
A lenda do Whisky 8 anos
* Publicado por Michel Arbache
Fim de semana chegando e eis uma boa pauta para animar a conversa de botequim: não existe uísque 8 anos.
Sim, pode acreditar: quase todos os uísques mais famosos conhecidos genericamente como “8 anos” não são envelhecidos por tal período. Espanta-me, pois, como ninguém até hoje se deu conta de que muitos comerciantes (por meio de cartazes, catálogos, cardápios etc.) podem estar incorrendo em propaganda enganosa.
Bom, para início de conversa, pegue uma garrafa do chamado “uísque 12 anos” de qualquer marca dos escoceses mais famosos: Chivas, Johnnie Walker Black, Ballantine’s 12 etc. Sempre há alguma referência quanto ao tempo de envelhecimento da bebida, ou seja, você normalmente lerá algo do tipo aged 12 years ou coisa similar. Está escrito. Logo, esta é uma informação verdadeira.
Agora, pegue uma garrafa daquele uísque que você acha que tem 8 anos: Ballantine’s Finest, White Horse, JW Red etc. Procure qualquer referência ao número oito na caixa ou rótulo da bebida. Você não encontrará. Isto porque, na verdade, tais bebidas não foram envelhecidas por oito anos. Então por que dizem “oito anos”?
Para entender o porquê do equívoco, é conveniente uma ligeira explicação sobre o processo de fabricação do blended whisky, que é o mais popular, ou seja, aquele que tem maior aceitação no mercado mundial e que todos nós conhecemos. Pois o blended traz em sua composição uma mistura de maltes puros (mais caros) e destilados de grãos (mais baratos). Mas a mistura não é apenas para baratear o produto, mas principalmente para balancear o sabor da bebida, tornando-a assim mais suave ao gosto do consumidor médio. E tal mistura só pode ser feita após o devido processo de maturação, que deve ser de no mínimo três anos em barris. Pela lei escocesa que disciplina as exportações, só após este tempo de maturação é que o uísque escocês poderá trazer no rótulo a denominação “scotch”. Importante frisar que, diferente do vinho, o processo de envelhecimento do uísque estanca quando ele é engarrafado. E aqui cai por terra outra crença equivocada: acreditar que o fato de guardar por anos uma garrafa de uísque ajuda a torná-lo mais velho.
Acontece que tanto os maltes quanto os destilados de grãos são envelhecidos separadamente, sendo lícito que, no ato da mistura, as idades dos ingredientes sejam diferentes. Mas, também segundo a lei escocesa, para efeito de rotulação da bebida, deve sempre prevalecer a idade do ingrediente mais novo. Ou seja: se dezenas de ingredientes foram envelhecidos por mais de 12 anos e apenas um foi envelhecido por 3 anos, a idade deste último é que deverá constar no rótulo. Talvez seja este o fator da confusão que fez surgir a lenda dos 8 anos. Ou seja: para computar a idade da bebida, em vez de se basear no ingrediente mais novo (como manda a lei), leva-se em conta a média das idades dos ingredientes, o que é errado.
Ainda sobre o rótulo, as destilarias podem omitir o tempo de envelhecimento. Mas saliente-se que, conforme foi dito, o simples fato de o rótulo trazer o termo scotch, já significa que todos os ingredientes ali foram envelhecidos no mínimo por três anos. Por isto as destilarias evitam explicitar a idade dos produtos mais baratos, pois se assim fizessem seriam obrigadas a imprimir o verdadeiro tempo de envelhecimento, que normalmente é de três anos. Assim, como a lenda diz que o uísque tem 8 anos, então as destilarias julgam mais vantajoso omitir a idade da bebida.
Se você quiser checar, as próprias destilarias disponibilizam nas respectivas páginas na internet (vide links ao final) as informações sobre os produtos. Na descrição dos uísques envelhecidos por mais de 12 anos, por exemplo, os sites trazem explícitas as idades. Mas o mesmo não ocorre com os seus produtos mais baratos (os “8 anos”). Prudentes, eles raramente explicitam o tempo de envelhecimento. Neste ponto, o site da Ballantine’s pelo menos nos dá uma dica na descrição da linha Finest que traz o seguinte trecho:
“The brand’s light gold colour and unmistakable taste come from a complex of carefully selected malt and grain whiskies all aged for at least three years”.
“A marca da cor dourada e o sabor inconfundível vem de uma complexa e cuidadosa seleção de malte e grãos de whiskies todos envelhecidos por pelo menos três anos.”
Em outro site especializado em uísque, o expert Arthur Motley diz:
“Have you ever wondered why only some whisky labels include the age of the product? The minimum age of whisky is three years. If a distillery mixes a batch that is three years old with one that has matured for 20, the age of the full production is three. That’s the law, and that’s why some makers don’t publicise the age. The general belief is that 15 years is peak maturation time for Scotch whisky, although older whisky is just as tasty.”
“Alguma vez você já se perguntou por que somente alguns rótulos de uísque incluem a idade do produto? A idade mínima de whisky é de três anos. Se uma destilaria mistura um lote de três anos com outro que tenha amadurecido 20 anos, a idade da produção total é de três. Esta é a lei e é por isto que alguns fabricantes não divulgam a idade. A crença geral é de que 15 anos é tempo de maturação de pico para o uísque escocês, apesar de o uísque mais velho ser tão saboroso.”
Confira:
http://www.ballantines.com/
http://www.johnniewalker.com/pt-br/redlabel/